vestido / 2020 
há um silêncio que se instala 
entre o nariz e a boca 
quando se anunciam 
copiosamente: 
o fracasso e o falo 
bato na mesma tecla 
guio na mesma direção 
desvairada fumaça 
até sangrar 
não faço por onde 
vingo cada buraco quente 
boicoto todas as promessas feitas 
diante de Deus 
e se a noite me pertence 
unhas transformam-se em garras 
olhos em elipses de fogo 
boca aberta que anuncia: 
jamais o perdão 
comprometo-me a dar fim 
aos que transpiram 
aos que traem 
aos que proferem 
podre fruto matrimonial 
os confio o abismo 
o sol a pino 
em dias sem fim: 
12interpretação poética do mito venezuelano “La Sayona” publicado por org. Medéia (tradução para inglês) / Londres, 2020 
18
de martírio e horror 
envoltos em belas vestes 
de linho branco 
e dor